A dúvida sobre se cerveja tem metanol ganhou força após notícias recentes sobre intoxicações por bebidas adulteradas. Mas será que essa substância realmente pode estar presente na sua cerveja?
Neste artigo, você vai entender o que é o metanol, por que ele é perigoso, em quais bebidas o risco é maior e o que fazer para consumir com segurança.
O que é o metanol e por que ele é perigoso?
O metanol é um tipo de álcool usado principalmente na indústria — em solventes, combustíveis, tintas e plásticos. Ele não é próprio para consumo humano. Quando ingerido, o metanol é transformado pelo corpo em formaldeído e ácido fórmico, substâncias altamente tóxicas.
Mesmo pequenas quantidades podem causar cegueira, danos neurológicos graves e até a morte. Por isso, o metanol jamais deve estar presente em bebidas alcoólicas.
Afinal, cerveja tem metanol?
De forma natural, cerveja tem metanol, mas não em quantidade perigosa.
Durante a fermentação, pequenas quantidades desse álcool podem surgir, mas em níveis inofensivos para o ser humano. A diferença está na origem: o metanol é produzido a partir da quebra de compostos de pectina — algo mais comum em bebidas feitas com frutas, como vinhos e destilados artesanais.
👉 Em outras palavras:
A cerveja industrializada é uma das bebidas alcoólicas mais seguras em relação ao risco de contaminação por metanol.
Por que o metanol aparece em outras bebidas?
O metanol surge, principalmente, durante o processo de destilação.
Bebidas como cachaça, gim, vodca e uísque podem apresentar risco se forem adulteradas ou produzidas de forma irregular, sem controle de qualidade.
Alguns criminosos substituem o etanol (álcool próprio para consumo) por metanol — que é mais barato — para aumentar o volume da bebida e lucrar mais. Essa prática é ilegal e extremamente perigosa.
Cervejas adulteradas: quando há risco de contaminação?
Casos de cerveja contaminada por substâncias tóxicas são raros, mas já ocorreram no Brasil. O episódio mais conhecido foi o da Cervejaria Backer, em 2020, quando o problema envolveu dietilenoglicol e monoetilenoglicol, substâncias usadas em sistemas de refrigeração e não em metanol.
O Ministério da Saúde reforça que, diferente dos destilados, a cerveja é difícil de adulterar, pois tem tampa lacrada, gás e um processo de envase controlado.
Mesmo assim, a recomendação é sempre comprar produtos originais e de fontes confiáveis.
Como saber se uma cerveja está adulterada?
Embora seja improvável, vale ficar atento a sinais de adulteração ou má conservação:
- Tampa violada, amassada ou diferente do padrão da marca
- Líquido turvo, com odor estranho ou sabor azedo demais
- Rótulo desbotado, colado de forma irregular ou sem número de lote
- Preço muito abaixo do normal em locais duvidosos
Se notar qualquer anormalidade, não consuma e notifique a vigilância sanitária da sua cidade.
Produção artesanal e risco de contaminação
A cerveja artesanal, quando feita de forma caseira, pode gerar dúvidas.
Mas, mesmo nesse caso, o risco de metanol continua baixo — desde que o processo de fermentação e higiene sejam respeitados.
O que realmente preocupa é quando há uso indevido de frutas, açúcares ou leveduras contaminadas, ou quando o produtor tenta improvisar equipamentos sem conhecimento técnico.
Por isso, quem faz cerveja artesanal em casa deve seguir receitas certificadas, usar insumos de procedência garantida e evitar improvisos.
O que dizem os especialistas e o Ministério da Saúde
De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, os casos atuais de intoxicação por metanol estão relacionados a bebidas destiladas adulteradas, não à cerveja.
Ele destacou que não há registros recentes de contaminação por metanol em cervejas e que o risco é “muito mais difícil” devido ao tipo de envase e composição da bebida.
Ainda assim, a recomendação é evitar destilados sem procedência até que as investigações sejam concluídas.
Etanol x Metanol: qual é a diferença?
Embora os nomes sejam parecidos, etanol e metanol têm efeitos completamente distintos no corpo humano.
Tipo de Álcool | Pode ser consumido? | Uso principal | Riscos |
---|---|---|---|
Etanol | ✅ Sim, em moderação | Bebidas alcoólicas, combustível | Efeitos de embriaguez; abuso causa danos ao fígado |
Metanol | ❌ Não | Indústria química, solventes, combustíveis | Altamente tóxico; causa cegueira e morte |
Essa distinção é essencial para entender por que cerveja tem metanol em níveis insignificantes, e apenas o etanol é o álcool “seguro” para consumo.
O que fazer se houver suspeita de intoxicação por metanol?
Procure atendimento médico imediato. Os principais sintomas de intoxicação incluem:
- Náusea, vômitos e dor abdominal
- Tontura e confusão mental
- Visão turva ou cegueira súbita
- Dificuldade para respirar
O tratamento precoce é fundamental para evitar sequelas graves.
Nunca tente remédios caseiros — apenas um profissional de saúde pode avaliar e tratar corretamente o caso.
Como consumir cerveja com segurança
Para evitar qualquer risco:
- Compre cervejas de marcas conhecidas e lojas confiáveis
- Verifique o lote, validade e integridade da tampa
- Evite bebidas a granel ou sem rótulo
- Armazene em local fresco e longe do sol
- Se algo parecer errado, não consuma
Esses cuidados simples garantem que você aproveite sua cerveja com segurança e tranquilidade.
Afinal, cerveja tem metanol?
Apesar das notícias alarmantes, a verdade é que cerveja não tem metanol em quantidade perigosa.
O risco maior está nas bebidas destiladas adulteradas, não nas cervejas industriais.
Consumir de forma responsável e escolher marcas confiáveis é a melhor maneira de garantir sua segurança — e continuar brindando sem preocupação. 🍻
Dúvidas Frequentes
Cerveja tem metanol?
Não. Apenas traços naturais, inofensivos para o consumo humano.
Por que o metanol é perigoso?
Porque é metabolizado em substâncias tóxicas que podem causar cegueira e morte.
Cerveja artesanal pode ter metanol?
Somente se o processo for feito de forma incorreta, sem controle de higiene.
O que fazer se eu suspeitar de bebida adulterada?
Não consuma e comunique a vigilância sanitária local.
Quais bebidas oferecem mais risco?
Destilados adulterados, como vodca, gim e cachaça caseira.