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Cerveja sem álcool engorda? O que ninguém te contou sobre as calorias escondidas no copo

Cerveja sem Alcool engorda?

Se você já trocou a sua cerveja tradicional por uma versão “zero álcool” achando que estava fugindo das calorias, talvez esteja apenas contando metade da história.
A verdade é que nem toda cerveja sem álcool é realmente “leve”, e algumas podem até enganar o seu metabolismo de maneiras que pouca gente comenta.

Mas calma — isso não significa que você precise abandonar sua Heineken 0.0 ou sua Bavária sem álcool.
Vamos entender, sem drama e com base em fatos, o que realmente acontece no seu corpo quando você escolhe uma cerveja sem álcool.


A origem do mito: o que significa “sem álcool”?

A primeira confusão começa aqui.
No Brasil, “sem álcool” não significa zero álcool, e sim até 0,5% de teor alcoólico.
Ou seja, mesmo as versões “sem álcool” ainda contêm uma pequena fração da substância que dá sabor e corpo à cerveja tradicional.

Esse detalhe muda pouca coisa em termos de embriaguez — mas muda bastante quando o assunto é caloria.


Calorias: o verdadeiro peso da cerveja sem álcool

Vamos aos números.
Uma lata de cerveja comum (350 ml) tem entre 140 e 180 calorias, dependendo da marca e do teor alcoólico.
Já uma cerveja sem álcool costuma ter entre 60 e 90 calorias.

Parece uma vitória, certo?
Em partes, sim — afinal, há uma redução considerável.
Mas o que muita gente não percebe é que essas calorias vêm principalmente do malte e dos carboidratos residuais, não do álcool em si.

Ou seja: a ausência de álcool não zera o açúcar.
E é aí que mora o problema para quem está tentando emagrecer.


3. “Sem álcool” não é “sem impacto metabólico”

O álcool é calórico, sim — são 7 kcal por grama —, mas ele também atua de forma diferente no metabolismo, alterando a absorção de gorduras e açúcares.
Quando o álcool é retirado, o corpo passa a metabolizar os carboidratos com mais eficiência, ou seja: absorve mais deles.

Em termos práticos:
Se você toma três latas de cerveja sem álcool achando que está “economizando calorias”, pode estar ingerindo quase a mesma quantidade de açúcar que em um refrigerante.


4. O detalhe que quase ninguém nota: o índice glicêmico

A cerveja sem álcool tende a ter índice glicêmico mais alto, já que o processo de fermentação é interrompido antes que as leveduras consumam todo o açúcar do malte.
Traduzindo: ela tem mais açúcar residual.

Isso significa que, mesmo com menos calorias, ela pode causar picos de glicose no sangue, o que favorece o armazenamento de gordura a longo prazo — especialmente na região abdominal.

Por isso, nutricionistas costumam dizer que “cerveja sem álcool engorda menos, mas pode sabotar dietas de controle glicêmico”.


Mas então… ela engorda ou não?

Depende de como e quando você a consome.
👉 Se for ocasionalmente, e dentro de uma alimentação equilibrada, ela não engorda de forma significativa.
👉 Mas se o consumo for diário, ela pode sim acumular calorias silenciosamente, especialmente porque é fácil subestimar sua densidade energética.

Um exemplo prático:

  • 1 lata por dia = cerca de 70 kcal.
  • Em um mês, são 2.100 kcal extras.
  • Em um ano, mais de 25 mil calorias, o equivalente a 3 kg de gordura corporal.

Sem perceber, você pode estar “bebendo” parte do seu excesso calórico anual.


O lado bom: há versões realmente leves

Nem tudo é vilão.
Algumas marcas vêm investindo em versões ultralight de cerveja sem álcool, com menos de 40 kcal por lata — geralmente usando fermentação controlada e redução de maltose.
Heineken 0.0, por exemplo, tem 69 kcal por lata, enquanto a Eisenbahn Sem Álcool chega a ter apenas 43 kcal.

Essas opções são boas alternativas para quem quer manter o ritual da cerveja, sem comprometer a dieta.


7. O efeito psicológico: o perigo de “compensar”

Outro ponto que muita gente ignora é o efeito psicológico da compensação.
Ao pensar que a cerveja é “sem álcool” e “mais leve”, é comum a pessoa liberar o freio e consumir mais comida junto — especialmente petiscos gordurosos.

Ou seja, o problema muitas vezes não está na cerveja em si, mas no contexto em que ela é consumida.


Existe algum benefício em optar pela sem álcool?

Sim, e eles são bem relevantes:

  • Menor impacto no fígado.
  • Menos desidratação.
  • Permite dirigir depois.
  • Pode ser usada como opção social para quem quer reduzir o consumo de álcool.

Além disso, estudos recentes apontam que a cerveja sem álcool mantém parte dos antioxidantes e compostos fenólicos do malte e do lúpulo, que têm efeitos protetores cardiovasculares.

Ou seja, ela pode até fazer bem, desde que consumida com consciência.


9. Dica final: como escolher e equilibrar

Se você quer continuar curtindo sua cervejinha sem sair da linha, siga estas dicas:

  1. Prefira rótulos com menos de 50 kcal por lata.
  2. Verifique o teor de carboidratos (algumas têm até 12g por 350 ml!).
  3. Não use como substituto diário de água ou sucos.
  4. Evite consumir com petiscos ultracalóricos.
  5. Lembre-se: mesmo sem álcool, ela ainda é uma bebida energética.

A verdade é que tudo depende da dose

A cerveja sem álcool não é uma vilã, mas também não é uma bebida neutra.
Ela engorda menos do que a tradicional, mas ainda pode contribuir para o ganho de peso se for consumida em excesso ou de forma inconsciente.

O segredo, como em quase tudo na vida, está no equilíbrio — e na informação.
Entender o que realmente há dentro do copo é o primeiro passo para apreciar sua cerveja sem culpa.

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Rudolfo Sousa

Rudolfo Sousa

Programador de dia, explorador de cervejas artesanais à noite. Aqui compartilho descobertas, taças e harmonizações sem complicação